Linguagem de Hoje
Almeida - Revista e Corrigida
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1 - Então resolvi me divertir e gozar os prazeres da vida. Mas descobri que isso também é ilusão. |
1
- Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria;
portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade. |
2 - Cheguei à conclusão de que o riso é tolice e de que o prazer não serve para nada. |
2 - Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta? |
3
- Procurei ainda descobrir qual a melhor maneira de viver e então
resolvi me alegrar com vinho e me divertir. Pensei que talvez fosse essa
a melhor coisa que uma pessoa pode fazer durante a sua curta vida aqui
na terra. |
3
- Busquei no meu coração como me daria ao vinho ( regendo, porém, o meu
coração com sabedoria ) e como reteria a loucura, até ver o que seria
melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o
número dos dias de sua vida. |
4 - Realizei grandes coisas. Construí casas para mim e fiz plantações de uvas. |
4 - Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. |
5 - Plantei jardins e pomares, com todos os tipos de árvores frutíferas. |
5 - Fiz para mim hortas e jardins e plantei neles árvores de toda espécie de fruto. |
6 - Também construí açudes para regar as plantações. |
6 - Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. |
7
- Comprei muitos escravos e além desses tive outros, nascidos na minha
casa. Tive mais gado e mais ovelhas do que todas as pessoas que moraram
em Jerusalém antes de mim. |
7
- Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive
grande possessão de vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve
antes de mim, em Jerusalém. |
8
- Também ajuntei para mim prata e ouro dos tesouros dos reis e das
terras que governei. Homens e mulheres cantaram para me divertir, e tive
todas as mulheres que um homem pode desejar. |
8
- Amontoei também para mim prata, e ouro, e jóias de reis e das
províncias; provi-me de cantores, e de cantoras, e das delícias dos
filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte. |
9 - Sim! Fui grande. Fui mais rico do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, e nunca me faltou sabedoria. |
9
- E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de
mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. |
10
- Consegui tudo o que desejei. Não neguei a mim mesmo nenhum tipo de
prazer. Eu me sentia feliz com o meu trabalho, e essa era a minha
recompensa. |
10
- E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o
meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o
meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. |
11
- Mas, quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho
que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era
ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se eu estivesse correndo
atrás do vento. |
11
- E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como
também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo
era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do
sol. |
12
- Então comecei a pensar no que é ser sábio e no que é ser tolo ou sem
juízo. Por exemplo: será que um rei pode fazer alguma coisa que seja
nova? Não! Só pode fazer o que fizeram os reis que reinaram antes dele. |
12
- Então, passei à contemplação da sabedoria, e dos desvarios, e da
doidice; porque que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros
já fizeram. |
13 - E cheguei à conclusão de que a sabedoria é melhor do que a tolice, assim como a luz é melhor do que a escuridão. |
13 - Então, vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. |
14
- Os sábios podem ver para onde estão indo, mas os tolos andam na
escuridão. Porém eu sei que o mesmo que acontece com os sábios acontece
também com os tolos. |
14 - Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o mesmo lhes sucede a todos. |
15
- Aí eu pensei assim: “O que acontece com os tolos vai acontecer comigo
também. Então, o que é que eu ganhei sendo tão sábio? ” E respondi:
“Não ganhei nada! ” |
15
- Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me
sucederá a mim; por que, então, busquei eu mais a sabedoria? Então,
disse no meu coração que também isso era vaidade. |
16
- Ninguém lembra para sempre dos sábios, como ninguém lembra dos tolos.
No futuro todos nós seremos esquecidos. Todos morreremos, tanto os
sábios como os tolos. |
16
- Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto
de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o
sábio, assim morre o tolo! |
17
- Por isso, a vida começou a não valer nada para mim; ela só me havia
trazido aborrecimentos. Tudo havia sido ilusão; eu apenas havia corrido
atrás do vento. |
17
- Pelo que aborreci esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol
me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito. |
18
- Tudo o que eu tinha e que havia conseguido com o meu trabalho não
valia nada para mim. Sabia que teria de deixar tudo para o rei que
ficasse no meu lugar. |
18
- Também eu aborreci todo o meu trabalho, em que trabalhei debaixo do
sol, visto como eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. |
19
- E ele poderia ser um sábio ou um tolo—quem é que sabe? No entanto,
ele seria o dono de todas as coisas que eu consegui com o meu trabalho e
ficaria com tudo o que a minha sabedoria me deu neste mundo. Tudo é
ilusão. |
19
- E quem sabe se será sábio ou tolo? Contudo, ele se assenhoreará de
todo o meu trabalho em que trabalhei e em que me houve sabiamente
debaixo do sol; também isso é vaidade. |
20 - Então eu me arrependi de ter trabalhado tanto e fiquei desesperado por causa disso. |
20 - Pelo que eu me apliquei a fazer que o meu coração perdesse a esperança de todo trabalho em que trabalhei debaixo do sol. |
21
- A gente trabalha com toda a sabedoria, conhecimento e inteligência
para conseguir alguma coisa e depois tem de deixar tudo para alguém que
não fez nada para merecer aquilo. Isso também é ilusão e não está certo! |
21
- Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e
destreza; contudo, a um homem que não trabalhou nele, o deixará como
porção sua; também isso é vaidade e grande enfado. |
22 - Nós trabalhamos e nos preocupamos a vida toda e o que é que ganhamos com isso? |
22 - Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? |
23
- Tudo o que fazemos na vida não nos traz nada, a não ser preocupações e
desgostos. Não podemos descansar, nem de noite. É tudo ilusão. |
23
- Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é desgosto; até
de noite não descansa o seu coração; também isso é vaidade. |
24
- A melhor coisa que alguém pode fazer é comer e beber e se divertir
com o dinheiro que ganhou. No entanto, compreendi que mesmo essas coisas
vêm de Deus. |
24
- Não é, pois, bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua
alma do bem do seu trabalho? Isso também eu vi que vem da mão de Deus. |
25 - Sem Deus, como teríamos o que comer ou com que nos divertir? |
25 - ( Porque quem pode comer ou quem pode gozar melhor do que eu? ) |
26
- Ele dá sabedoria, conhecimento e felicidade às pessoas de quem ele
gosta. Mas Deus faz com que os maus trabalhem, economizem e ajuntem a
fim de que a riqueza deles seja dada às pessoas de quem ele gosta mais.
Tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. |
26
- Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e
conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele
ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face. Também isso é
vaidade e aflição de espírito. |